sexta-feira, 15 de outubro de 2010

TEXTO 1 LEITURA ORALIDADE E ESCRITA


TEXTO 1
METODOLOGIAS E CONTEÚDOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA I

LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA
            De acordo com o PCN de Língua Portuguesa, o ensino de nossa língua tem por objetivo desenvolver no educando as quatro habilidades lingüísticas: leitura, escrita, oralidade e produção de textos.
LEITURA
Conceituação de leitura – De acordo com Elie Bajard, no livro Ler e dizer: comunicação e compreensão do texto escrito. Há três tipos de processos que o indivíduo realiza ao deparar-se com um texto verbal escrito: oralizar, para a atividade de identificação das palavras por meio da voz; ler, para a atividade silenciosa de construção de sentido a partir do significante gráfico e, dizer, para a atividade de comunicação vocal de um texto preexistente.
            Ao praticamos a leitura de textos diversos, estaremos desenvolvendo algumas habilidades:
São elas:
1-    Compreensão: é a capacidade de entender a mensagem literal contida em uma comunicação;
2-    Análise: é a capacidade de desdobrar o material em suas partes construtivas, percebendo as inter-relações e os modos de organização;
3-    Síntese: é a capacidade de colocar em ordem os pensamentos essenciais do autor utilizando-se das sentenças (tópico dos parágrafos), que são as que normalmente sintetizam as idéias do autor;
4-    Avaliação: é a capacidade de emitir um juízo de valor e de verdade a respeito das idéias essenciais de um texto;
5-    Aplicação: é a capacidade de resolver situações semelhantes à situação explicitada no texto, manifesta-se pela habilidade de ao associarem-se assuntos paralelos, utilizar-se de princípios apreendidos num contexto em contextos diferentes.
            Nesta perspectiva, conseguimos relacionar leitura e mundo, pois a partir do contato com o texto, da experiência e da interação, o leitor consegue, também, interagir com o mundo, justificando, assim a afirmativa de que leitura é um fenômeno comunicacional que envolve texto, leitor e mundo. Portanto para entender um texto, é preciso que se tenha, ao lê-lo, conhecimento da língua na qual foi escrito, um objetivo para realizar a leitura e experiências ou conhecimentos prévios sobre o assunto do texto.
             Esse processo melhor se concretizará se o leitor/aprendiz tiver sido incentivado a ler sob a orientação de um leitor já experiente.
            Entre os tipos de leitura que são propostos pelo PCN, temos a leitura autônoma, na qual o aluno escolhe textos que não conhece; a leitura independente, normalmente feita silenciosamente; a leitura colaborativa, realizada pelo professor, na qual os alunos são instigados a falar sobre ocorrências lingüísticas e a questionar o texto; a leitura em voz alta pelo professor, que pode ser realizada com auxílio dos alunos; também podem ser feitas leituras de obras, fragmentadas para cativar o leitor; a leitura programada, na qual o professor divide um texto mais complexo para que todos possam compartilhar a leitura, discutindo a temática nas apresentações; a leitura de escolha pessoal, realizada com periodicidade para desenvolver o gosto pela leitura.
            Um dos objetivos da escola é formar leitores hábeis, para isso deve seguir alguns preceitos para oportunizar a aproximação do leitor ao universo da leitura.
       Que são:

1.   Dispor de uma biblioteca em que sejam colocados á disposição, inclusive para empréstimos, textos de gêneros variados materiais para consulta, almanaques, revistas, jornais, etc.
2.   Que as salas de aula tenham um acervo de livros e outros materiais de leitura. Onde mais de que quantidade seja rico em variedade.
3.   O professor deve organizar momentos de leitura livre onde ele também leia, criando um circulo de leitura onde cada um fale sobre o que leu e trocam-se sugestões.
4.   O professor deve planejar atividades regulares de leitura, assegurando que tenha a mesma importância dada a todas as atividades. Ler por si só já é um grande trabalho.
5.   O professor deve permitir que os alunos escolham suas leituras. Fora da escola, os leitores escolhem o que lêem. É preciso trabalhar o componente livre da leitura.
6.   A escola deve organizar-se em torno de uma política de formação de leitores, envolvendo toda a comunidade escolar. Mais do que a mobilização para a aquisição e preservação do acervo, é fundamental um projeto coerente de todo o trabalho escolar em torno da leitura e não só os da área de português.
ORALIDADE
            Além de dominar a leitura é necessário que o indivíduo saiba expressar-se muito bem. Esta é uma habilidade que só se aprende com diversidade de linguagens onde se perceba a importância de cada elemento presente num ato comunicativo.
            Para que o indivíduo consiga expressar seus sentimentos  e opiniões de maneira que todos entendam a idéia transmitida é oportunizando a prática comunicativa do aluno. Permitir que o aluno participe da aula, expondo seu ponto de vista, praticando sua oralidade para depois dominar formas de comunicativas diferentes e adequadas ao momento , platéia e assunto tratado.
            Para isso o educador pode seguir vários caminhos, mas os elementos primordiais para um trabalho coerente com oralidade, são: ENTONAÇÃO, CLAREZA, ALTURA DA VÓZ E DICÇÃO DA VOZ.
            É praticamente impossível ocorrer um processo comunicativo, quando a mensagem não consegue ser transmitida com clareza e objetividade. Quando ocorrem ruídos na transmissão, sejam eles de qualquer nível, a compreensão e interpretação da mensagem ficam comprometidas.
            Outra questão são os interlocutores. Nosso discurso deve ser adaptado aos interlocutores que interagem conosco no processo comunicativo. Um exemplo é não nos comunicarmos da mesma maneira com os colegas de classe e o diretor da escola.
            Além das palavras que proferimos usamos outros elementos para facilitar a compreensão da mensagem. São eles: GESTOS, OLHARES, POSTURA.
            Devemos também levar em consideração o meio no qual será produzida a comunicação, tempo de exposição, tipo de comunicação, grau de formalidade entre os interlocutores e o meio pelo qual o discurso está sendo transmitido.
            É interessante o professor trabalhar com a escuta, produção e apresentação de programas radiofônicos, televisivos, teatrais, e apresentações e homenagens aos pais, a datas importantes no calendário anual.
            Na produção de textos orais deve-se nortear o trabalho nos seguintes tópicos:
·         Planejamento prévio da fala em função da intencionalidade do locutor, das características de receptor, das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos
·         Seleção adequada ao gênero, de recursos discursivos, semânticos e gramaticais, gestuais
·         Emprego de recurso escrito ( gráfico, esquema, tabela), como apoio e manutenção da continuidade da exposição
·         Ajuste a fala em função da reação dos interlocutores, como levar em conta o ponto de vista do outro para atacá-lo, negociá-lo ou concordar com ele.

ESCRITA
            O processo de aprendizagem da escrita inicia-se na alfabetização, quando a criança passa a representar graficamente os sons.  
            De acordo com Emília Ferrero, a criança passa por três períodos de aquisição da concepção alfabética da escrita. O momento pré-silábico, silábico e alfabético.
            Para que o aluno possa desenvolver a habilidade de leitura e escrita deve passar por um processo que atenda a este desenvolvimento.
             Mas ao contrário do que se possa pensar a criança ao ingressar na escola já possui conhecimentos sobre a leitura e escrita e, por mais que não domine a leitura e escrita padrão, se tiver freqüentando a escola é dever da instituição proporcionar a oportunidade de aquisição do idioma padrão, já que muito do que ela for realizar na vida social, dependerá do domínio desta linguagem.
           
PRODUÇÃO DE TEXTO
            Para produzir um texto é preciso que:
1.    Se tenha o que dizer;
2.    Se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer;
3.    Se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;
4.    O locutor se constitui como tal, enquanto sujeito que diz o que diz para quem diz;
5.    Se escolham estratégias para realizar os itens 1, 2, 3, 4.
                                                           ( GERALDI, João Vanderley. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997)
            De acordo com o PCN de língua portuguesa, a produção textual na sala de aula deve ser dividida entre, textos orais e escritos.
            A princípio, já devemos ter em conta que esta prática deve objetivar a amplitude do vocabulário, apreensão das diversas formas de construção lingüística, maior facilidade em usar tanto a forma escrita quanto a oral.
            Sugerido pelo PCN, temos um panorama dos tipos de textos que podemos trabalhar em sala de aula:
Linguagem oral
·         Literário: canção, textos dramáticos
·         De imprensa: notícia, entrevista, debate, depoimento
·         De divulgação científica: exposição, seminário, debate
Linguagem escrita
·         Literário: crônica, conto, poema
·         De imprensa: notícia, artigo, carta ao leitor, entrevista
·         De divulgação científica: relatório de experiência, esquema e resumo de artigos ou verbetes de enciclopédia
            Na produção de texto o PCN pontua:
·      Redação de textos considerada a condição da produção (finalidade, especificidade do gênero, lugares preferenciais de circulação, interlocutor)
·      Utilização de procedimentos diferenciados para elaboração do texto (tema, levantamento de idéias e dados, planejamento, rascunho, revisão, versão final)
·       Utilização de mecanismos discursivos e lingüísticos de coerência e coesão textuais, conforme o gênero e os propósitos do texto, desenvolvendo diferentes critérios (de manutenção da continuidade do tema e da ordenação de suas partes; da seleção apropriada das palavras em função do eixo temático, de suficiência e relevância dos tópicos e informações em relação ao tema e ao ponto de vista assumido; de avaliação da orientação a força aos argumentos)
·      Utilização de título e subtítulo, paragrafação, periodização, pontuação, outros sinais gráficos;
·      Utilização de lápis, caneta, computador;
·      Utilização dos padrões da escrita em função do projeto textual e das condições da produção
            O trabalho da produção de texto proposto pelo PCN tem preocupação com a diversidade textual e a prática em si para refletir sobre a língua e enriquecer seu discurso, portanto é importante que o aluno tenha claro o objetivo e o porquê das atividades que realizará.
            Como sabemos,o ser humano está inserido numa sociedade, para conseguir sobreviver, precisa interagir e para isso utiliza a comunicação, a língua.
            Portanto para aprender devemos:
·         Fornecer informações e resolver problemas práticos do dia – a – dia.
·         Para isso devemos: aprender a redigir: cheques, cartas comerciais, ofícios, memorandos, relatórios técnicos, circulares, curriculum vitae, textos de procedimentos, e-mails, provas, redações e trabalhos escolares, convites, textos para mural.
·         Decorar.
·         Para isso devemos: fazer representações teatrais, saraus, jograis.
·         Não esquecer: fornecer suporte à memória.
·         Para isso devemos redigir: fichamentos, resumos resenhas, anotações pessoais em calendários páginas de agendas, receitas datas de aniversário, listas.
·         Formalizar registros permanentes.
·         Para isso redigir: convites, certidões, certificados, diplomas.
·         Substituir comunicações próprias do contato face a face.
·         Redigir: bilhetes, cartas, telegramas, e-mails.
·         Obter informações, esclarecimentos ou trocar mensagens pertinentes a relações sociais com parentes, amigos e namorados.
·         Para isso redigir: cartas e colunas de revistas, jornais, telegramas, correspondência eletrônica via internet ou Pager, cartões de natal, de aniversário, cartas, poemas correntes anônimas de caráter religioso.
·         Produzir literatura.
·         Para isso produzir: livros, crônicas, poemas, haicais (Pequeno poema japonês de três versos).
·         Satisfazer curiosidades, interar-se.
·         Produzir : folhetos religiosos, mensagens que orientam papéis sociais.
            Devemos desenvolver nos alunos, de acordo com o PCN as seguintes habilidades:
·         Valorização das variedades lingüísticas nas diferentes regiões do país;
·         Valorização das diferentes opiniões e informações, veiculados nos textos orais e escritos, como possibilidades diferenciadas de compreensão do mundo;
·         Posicionamento crítico diante de textos, reconhecendo a pertinência dos argumentos utilizados, posições ideológicas e possíveis conteúdos discriminatórios;
·         Interesse, autonomia e iniciativa para ler textos diversos adequados à condição atual do aluno;
·         Atitude receptiva diante de leituras desafiadoras e disponibilidade para ampliação de vocabulário a partir de experiências e recomendação de terceiros;
·         Interesse pela leitura como fonte de informação, aprendizagem e arte;
·         Interesse pela literatura como forma de expressão cultural de um povo;
·         Interesse por trocar impressões e informações com outros leitores, posicionando-se a respeito dos textos lidos;
·         Interesse em freqüentar espaços mediadores de leitura como: bibliotecas, livrarias, distribuidoras, editoras, banca de revistas, exposições, palestras, debates, depoimentos de autores;
·         Reconhecendo a necessidade de dominar saberes envolvidos em práticas sociais mediadas pela linguagem, como ferramenta para a continuidade da aprendizagem;
·         Reconhecer que o domínio da leitura e escrita pode propiciar a participação política e cidadã e conferir uma melhor qualidade de vida;
·         Reconhecer que o domínio da linguagem oral e escrita pode oferecer uma melhor possibilidade de acesso ao trabalho;
·         Reconhecer a necessidade e importância da escrita no processo de planejamento prévio de textos orais;
·         Preocupação com a qualidade das produções escritas próprias, tanto no que se refere aos aspectos formais e quanto à apresentação estética;
·         Valorização da linguagem escrita como instrumento que possibilita o distanciamento do sujeito em relação a idéias e conhecimentos expressos permitindo formas de reflexão mais aprofundadas.
            Assim, por meio do desenvolvimento e aquisição das quatro habilidades da língua: ouvir, falar, ler e escrever, o indivíduo estará apto para participar mais ativamente de interações sociais e quem sabe, propor mudanças de paradigmas políticos que permeiam nossa sociedade.
            Um pensamento é certo, se nossa pedagogia girar em torno do USO-REFLEXÃO-USO da língua, dificilmente não estaremos internalizando em nossos alunos as propostas do PCN.
            Podemos utilizar a proposta presente no PCN de Língua Portuguesa, ao definir critérios de avaliação da aprendizagem considerando os seguintes aspectos onde o aluno deverá:
·         Demonstrar compreensão de textos orais, nos gêneros previstos para a série ou ano, por meio dos tópicos do texto;
·         Atribuir sentido aos textos orais e escritos, posicionando-se criticamente diante deles;
·         Ler de maneira independente textos com os quais se tenha construído familiaridade;
·         Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre diversos segmentos do próprio texto, e, entre o texto e outros diretamente implicados por ele;
·         Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes objetivos e interesses (estudo, formação pessoal, entretenimento, realização de tarefa) e as características do gênero e suporte;
·         Coordenar estratégias de leitura não-lineares utilizando procedimentos adequados para resolver dúvidas na compreensão e articulando informações textuais com conhecimentos prévios;
·         Produzir textos orais nos gêneros previstos para o ciclo, considerando as especificidades das condições de produção;
·         Redigir textos na modalidade escrita nos gêneros previstos para o ciclo, considerando as especificidades das condições da produção;
·         Escrever textos coerentes e coesos, observando as restrições do gênero;
·         Redigir textos utilizando recursos próprios do patrão escrito relativos à paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do texto do projeto textual;
·         Escrever textos sabendo utilizar os padrões de escrita, observando regularidades e ortografias;
·         Revisar os próprios textos com objetivo de aprimorá-los;
·         Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos na prática de análise lingüística.

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